Ex-mulher denuncia agressões e ameaças de morte feitas pelo secretário de Justiça de PE
Maria Eduarda Carvalho contou sobre os 25 anos com Pedro Eurico, que também atuava como presidente do Conselho Nacional de Secretários de Justiça, e sobre dez denúncias à polícia. Político nega as acusações.
- Categoria: Notícias Gerais
- Publicação: 08/12/2021 17:26
- Autor: G1
A economista aposentada
Maria Eduarda Marques de Carvalho denunciou agressões sofridas durante o
relacionamento que manteve por 25 anos com Pedro Eurico. Ele pediu afastamento
do cargo de Secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco logo após a
entrevista dada pela ex-mulher, nesta terça-feira (7).
Agressões físicas e
psicológicas e ameaças de morte marcaram o tempo juntos, assim como pedidos de
desculpas, afirmou a mulher, que registrou dez boletins de ocorrência ao longo
dos anos, o último em novembro .
“Ele batia, dava murro, dava
chute. A vida inteira. Ele sempre me bateu”, declarou.
Pedro Eurico de Barros e
Silva atua há anos na política do estado. Foi eleito vereador do Recife em 1984
e deputado estadual entre 1986 e 2006, sendo presidente da Assembleia
Legislativa no biênio 1995-1996. No segundo governo Miguel Arraes (1987 a
1990), comandou a Secretaria de Habitação.
Assumiu a Secretaria
Estadual da Criança e da Juventude em 2012 e, em 2015, foi para a pasta de
Justiça e Direitos Humanos, até pedir afastamento nesta terça. Desde 2019,
Pedro Eurico é presidente do Conselho Nacional de Secretários de Estado de
Justiça, Direitos Humanos e Administração Penitenciária.
O secretário preferiu não gravar entrevista e
disse, em nota, que as "denúncias improcedentes de agressão datam de mais
de 10 anos e muitas destas foram retiradas pela suposta vítima" (veja
íntegra da nota mais abaixo).
Maria Eduarda afirmou que,
apesar de ter tentado se separar, acabava retomando o relacionamento, mas que
agora resolveu falar com a imprensa “por medo de morrer”.
“Eu não tinha mais condições
de continuar vivendo do jeito que eu estava vivendo, sendo ameaçada, sendo
perseguida. Então, eu achei que estava muito próxima da morte. Por conta disso,
eu resolvi falar para que não apareça depois apenas a notícia: ela morreu. Eu
gostaria apenas de viver. Muita vontade de viver ainda”, declarou.
Segundo a mulher, Pedro
Eurico vinha fazendo mais ameaças nos últimos tempos, com insinuações sobre o
que poderia fazer com ela.
“[Ele] me acordava de
madrugada dizendo que eu saísse de casa naquela hora porque ele tinha acabado
de sonhar que me matava. Outro dia, ele dizia que ia acontecer um acidente, ia
aparecer um acidente e ninguém ia desconfiar que era ele que tinha mandado
fazer alguma coisa”, afirmou.