O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Alessandro Carvalho, afirmou, nesta terça-feira (12), que há indícios de que o incêndio nas dias casas da família do presidente nacional da União Brasil, Antônio Rueda, foi criminoso. O caso está sob investigação da Polícia Civil.

O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 19h30 da segunda-feira (11) para conter as chamas na casa de Rueda e da irmã dele, Maria Emilia de Rueda, tesoureira do União Brasil. As residências ficam no Condomínio Toquinho, na praia de Serrambi, Litoral Sul do Estado. Quando as equipes chegaram, porém, não havia mais fogo. Não havia ninguém nos imóveis. 

"O que posso dizer é que há indícios de que teria sido criminoso. Isso nos leva a crer, principalmente, porque as duas casas sofreram o incêndio ao mesmo tempo. Mas tudo está sendo apurado. Ontem (segunda-feira), uma pessoa já foi ouvida. Hoje (terça) houve mais depoimentos colhidos. Além disso, duas equipes de peritos foram nas casas e passaram de seis a oito horas realizando as perícias", disse o secretário de Defesa Social.

Segundo ele, o laudo das perícias deve ser finalizado em até dez dias. O resultado será repassado ao delegado Ney Luiz Rodrigues, que está assumindo as investigações. 

Questionado pelo JC se havia indícios de que as móveis da casa haviam sido revirados antes do incêndio, o secretário não quis comentar o assunto. Também não informou se as imagens de câmeras de segurança já analisadas indicam que alguém invadiu as casas.

"O caso está sendo tratado com prioridade desde o início. As imagens estão sendo coletadas e vão determinar se houve um ou mais autores. E a investigação também vai dizer se houve mandante", declarou Carvalho. 

"ATEMORIZADO"

O advogado de Antônio Rueda, Paulo Catta Preta, afirmou, nesta terça-feira, que Rueda está atemorizado.

"Ele está atemorizado, está realmente escandalizado nesse contexto de escalada de violência política que se faz. Que se inicia com ameaças, que se repetem, e agora — ao que tudo sugere, não posso afirmar categoricamente — nesses dois incêndios que escalam gravemente essa crise que se instalou", alegou à imprensa.

ACUSAÇÕES

O deputado Luciano Bivar, que disputou e perdeu a eleição para a presidência nacional do União Brasil, trocou acusações com Rueda. Na saída do Palácio do Planalto, em Brasília, nesta terça, Bivar foi questionado por jornalistas e negou relação com o incêndio. 

"São ilações. Por exemplo, a mulher do presidente (Florinda Rueda) foi no meu apartamento também e roubou meu cofre. Essas coisas também são acusações. Eu cedi confiantemente o segredo e ela roubou todo o dinheiro", disse.

O político afirmou que a quantia que teria sido furtada "era um valor significativo". 

Antônio Rueda já tinha acionado o Judiciário para pedir que Bivar fosse investigado por ameaça.

O atual presidente do União Brasil prestou queixa na Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal. Mas como Bivar tem foro privilegiado por ser deputado federal, o tema será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: JC Online