Em cinco meses e sete dias, de janeiro até ontem, oito pedidos de afastamento do presidente Lula já foram apresentados pela oposição. Cabe ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), dar andamento aos processos. Deputados da oposição apostam no aumento da tensão entre Lula e Arthur Lira para destravar os pedidos de impeachment protocolados na Câmara.

“A fúria de Arthur Lira pode significar o início da queda (de Lula)”, afirma Marco Feliciano (PL-SP). “É possível que o aumento da tensão destrave os pedidos. Não só pelo distanciamento entre ambos, mas pela postura que Lula vem adotando desde que voltou ao poder”, diz, por sua vez, a deputada bolsonarista Bia Kicis PL-DF).

A parlamentar é uma das signatárias do pedido de impeachment, protocolado em março, após declaração de Lula que pôs em dúvida operação da PF contra criminosos que planejavam matar Sergio Moro. O pedido de impeachment mais recente foi protocolado pelo deputado Sanderson e tem como base atitudes de Lula envolvendo o ditador Nicolás Maduro e o advogado Cristiano Zanin.

Na última terça-feira, um novo pedido de impeachment de Lula foi protocolado na Câmara, com base em Nicolás Maduro e Cristiano Zanin. No documento, o deputado Sanderson (PL-RS) aponta supostos crimes de responsabilidade que o petista teria cometido envolvendo esses dois personagens.

Em relação ao convite para receber Maduro, Sanderson argumenta que Lula quebrou tratados internacionais. Isso por causa da recepção, com honras de chefe de Estado, ao ditador venezuelano, acusado de narco terrorismo nos Estados Unidos. Metade dos pedidos contra Lula foi motivada por declarações públicas do petista. Um deles, protocolado pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS), cita a afirmação de Lula de que, quando estava preso, queria "foder" o ex-juiz e agora senador Sérgio Moro (União Brasil-PR). A declaração foi dada pelo presidente durante entrevista ao site 247.