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Fiocruz convoca crianças para se vacinarem contra Covid-19 em estudo para elaborar bula da vacina; saiba como

Para incentivar os pais a irem à Fiocruz, é oferecida ajuda de custo de R$ 60, para transporte até o local.
  • Categoria: Notícias Gerais
  • Publicação: 27/01/2023 12:37
  • Autor: Por Mário Carvalho, TV Globo

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco está convocando pais de crianças e adolescentes de 3 a 17 anos a vacinarem os filhos contra a Covid-19, participando de um estudo para elaborar a bula da vacina CoronaVac. O imunizante é desenvolvido em parceria com o Instituto Butantan e já foi aplicado em mais de 1 bilhão de pessoas no mundo.

A pesquisa é direcionada às pessoas que nunca foram vacinadas. Para incentivar os pais a irem à Fiocruz, eles recebem R$ 60, para custear o transporte até o local. A sede da fundação fica no Campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Zona Oeste da cidade.



É preciso fazer um cadastro pela internet para participar da quarta fase do estudo, ou ligar para o telefone (81) 9 9955-4093. A meta é vacinar 500 pessoas no estado.

Em Pernambuco, somente 55% das crianças entre 3 e 11 anos tomaram a primeira dose. São 828.175 das 1,5 milhão de pessoas nessa faixa etária. Com relação à segunda dose, foram somente 36% das crianças, ou 548.356. Segundo o pesquisador Rafael Dhalia, integrante da pesquisa, isso é preocupante.



"Os dados hoje mostram que a cada dois dias uma criança morre de Covid no Brasil. Isso é em decorrência ou de falta de vacinação, ou de vacinação incompleta. Daí a importância de estimular os pais a levarem seus filhos para se vacinarem", explicou.


A CoronaVac é aplicada em ao menos duas doses, com intervalo de 28 dias entre elas. Rafael Dhalia explicou ainda que o objetivo do estudo é monitorar possíveis efeitos adversos da vacina, que foi a primeira a ser aplicada no Brasil.

"Toda vacina, não só de Covid, precisa ter uma bula, e a gente precisa observar os efeitos adversos. Essa vacina é extremamente segura e mais de 1 bilhão de pessoas já tomaram. Os efeitos são brandos. Pode ser dor de cabeça, febre e fadiga no corpo. Mas tudo isso precisa estar registrado. A finalidade desse estudo é registrar isso na bula da vacina", afirmou.


No levantamento, os vacinados serão acompanhados durante um ano, para esclarecer os principais efeitos da vacina. Uma das participantes foi a auxiliar de perecíveis Valdilene Cândido, que levou a filha de 5 anos para se vacinar.

"Essa vacinação é muito importante para prevenir a Covid. A gente sabe que muitas pessoas faleceram; então eu não queria ser mais um caso. Mais uma pessoa internada, ou que fosse a óbito. Eu tenho duas filhas e estamos todos nos prevenindo", afirmou.

Valdilene foi incentivada por integrantes da Rádio Comunitária do Coque, comunidade na região central do Recife. Segundo Marcos Antônio da Silva, assistente de comunicação da rádio, eles estão divulgando a importância da vacinação para crianças entre os moradores.

"Nós, como veículo de comunicação, estamos facilitando essa troca, buscando evidenciar os benefícios do boca a boca, indo de porta em porta, conversando com as pessoas", disse.

Quem participa da pesquisa passa por uma consulta em que um médico explica a importância do estudo e esclarece todas as dúvidas.

"A gente faz o acompanhamento tanto da primeira, quanto da segunda dose. Os efeitos colaterais esperados são os mesmos das outras vacinas que as crianças tomam no posto de saúde", declarou.